terça-feira, 8 de setembro de 2015

A escola...



Eu sempre frequentei o sistema público, desde o pré-escolar até ao ensino superior. Nunca tive nada a dizer do mesmo,  foi exactamente o que eu precisava e posso dizer que me preparou para vida. Uns professores melhores, outros nem por isso mas o percurso fez-se sem sobressaltos. Sempre soube que era "take it or leave it" não teria outra oportunidade na vida.
Os tempos mudaram e o mercado de professores mudou com ele, ou se calhar não foi o mercado foram as politicas de educação.

Antes de mais, só para deixar claro que admiro muito quem opta pela profissão de professor/educador nos tempos que correm, não só pela falta de emprego mas também pelos concursos imensos, regras complexas e porque não dizer pelos alunos e pais que enfrentam no ano lectivo.
Passar uma vida com a casa às costas, sem saber se no próximo ano irão ser colocados ou mesmo onde, não é de todo para meninos. 
Concursos que para quem está de fora, necessitava de tirar um curso para entender só a primeira fase e uma espécie de doutoramento para compreender todo o processo. A verdade é que estamos em Portugal e infelizmente a frase "Em terra de cegos, quem tem olho é rei" é sempre adequada e os clássicos colocados onde não mereciam estar... são uma realidade (dizem por aí).
Não interessa muito se são bons ou maus professores, se os alunos gostam dele/a como educadores, simplesmente conta um número de uma lista qualquer que dita quem entra e quem fica de fora. Mais uma vénia (or not) para o sistema preocupadissimo com quem deveria estar preocupado, os alunos.
No meu tempo tinhamos uma Educadora no pré-escolar fixa (ou semi fixa que sei que também haviam concursos), alguém que nos transmitia confiança de um ano para o outro. Alguém que sabiamos que ia continuar o que tinha começado no ano anterior, uma educadora que conheciamos e nos afeiçoávamos a ela. Isto é importante para as crianças. Sei que é importante para a minha pequenina saber que neste novo ano escolar a educadora é a mesma que acompanhou o ano passado.
Mas alguém pensa nos miúdos neste sistema educacional? Ou nas pessoas que por lá trabalham e andam com a vida às costas ou em suspenso por causa destes maravilhosos concursos?? 

6 comentários:

  1. Tal como disse, o atual sistema de ensino está "nem aí" para os alunos. Os alunos são números, os professores são números... tudo são números. O sistema educacional não se preocupa com o facto de os alunos se sentirem bem na escola que frequentam, se os professores são competentes. O que querem, na realidade, são "bons números", para demonstrar que em Portugal o ensino é espetacular.
    Dando aqui um breve exemplo: o ano passado, na abertura do ano letivo, o diretor da escola que frequento disse "temos de trabalhar para a escola subir no ranking, ter boas notas"... e em meia hora de discurso nem sequer tocou em algo do tipo "queremos que se sintam bem na escola".
    Infelizmente é o que temos e, a cada dia que passa, vejo mais retrocessos que avanços...

    Cidadã do mundo desconhecido
    http://cidadadomundodesconhecido.blogspot.com/

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  2. Sempre andei no público, sempre fui boa aluna, sempre tive bons professores (alguns eram mais chatinhos, rezingões, mas nunca tive maus professores). Defendo a 100% a escola pública.

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  3. Passando ao lado do tema tenho a dizer que tu és mesmo nova gaja! Pré-escolar no meu tempo?! No way! ahahaha Bjs xx

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  4. Infelizmente, tal como disseste, vivemos num país em que supostamente se liga muito aos alunos... Somos os estudantes de hoje em dia, futuramente vamos ser os adultos. O nosso ministério não se preocupa se os alunos gostam dos professores, se eles são bons, se eles sequer vão dar as aulas ou metem atestados em cima de atestados e dão faltas em cima de faltas. Existem bons professores, eu tenho e tive professores cinco estrelas, mas também tive maus, também tive professores que era necessário ter cuidado, professores que lixavam os alunos de quem não gostavam, professores que tinham os favoritos, professores que davam as notas a quem gostavam e os outros não importavam.
    Sei bem que ser professor é exigente, têm muito stress, lidam com muita mal educação, mas também sei que ser bom professor ou não depende da pessoa, depende da sua posição dentro da sala de aula.
    Beijinhos.
    http://mariacrescida.blogspot.pt/

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  5. Sou professora e mãe. Ainda em Julho estava no Algarve (com a minha filha comigo, graças a Deus) e hoje estou a trabalhar a 10 minutos de casa, ainda nem sei bem como... Estive todo o mês de Agosto a "despedir-me" da minha casa, mas minhas coisas, dos meus pais, irmãos, dos meus cães à espera de voar para outra cidade e senti-me a pessoa mais felizarda do mundo por estar a trabalhar desta vez perto de casa, mesmo tendo trabalhado 12 anos para o ensino público. A verdade é que além da minha instabilidade profissional, preocupa-me a minha instabilidade pessoal e é claro que serei muito melhor profissional e muito melhor para os meus alunos e no meu trabalho se souber que a minha filha está bem e que tem também alguma estabilidade neste ano que inicia o seu percurso no nosso ´maravilhoso´ sistema de ensino. Este ano corre bem, mas e o que custa todos os anos despedirmo-nos dos nossos "meninos"? Sim, os nossos alunos, também ficam com um pouco de nós... Afinal passamos muitas horas diariamente com eles, afeiçoamo-nos, criamos laços... E a minha filha terá o direito de se afeiçoar à sua educadora? E se for apenas por um ano? E se eu disser que já estou a pensar como será o próximo ano letivo? E o seguinte? Não é fácil, principalmente quando os professores são também mães e pais... Ah, e esqueci-me de dizer que o pai dela também é professor e quem sabe quando é que vamos ficar sem ele, porque terá ele de rumar a outra cidade do país para poder trabalhar...
    Desculpa, o desabafo... e já agora um excelente ano letivo para a Sabrininhas :) Beijinhos grandes!!!

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  6. Não, simplesmente não querem saber, sempre foi assim e está cada vez pior.

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🦸‍♀️

6 comentários:

  1. Tal como disse, o atual sistema de ensino está "nem aí" para os alunos. Os alunos são números, os professores são números... tudo são números. O sistema educacional não se preocupa com o facto de os alunos se sentirem bem na escola que frequentam, se os professores são competentes. O que querem, na realidade, são "bons números", para demonstrar que em Portugal o ensino é espetacular.
    Dando aqui um breve exemplo: o ano passado, na abertura do ano letivo, o diretor da escola que frequento disse "temos de trabalhar para a escola subir no ranking, ter boas notas"... e em meia hora de discurso nem sequer tocou em algo do tipo "queremos que se sintam bem na escola".
    Infelizmente é o que temos e, a cada dia que passa, vejo mais retrocessos que avanços...

    Cidadã do mundo desconhecido
    http://cidadadomundodesconhecido.blogspot.com/

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  2. Sempre andei no público, sempre fui boa aluna, sempre tive bons professores (alguns eram mais chatinhos, rezingões, mas nunca tive maus professores). Defendo a 100% a escola pública.

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  3. Passando ao lado do tema tenho a dizer que tu és mesmo nova gaja! Pré-escolar no meu tempo?! No way! ahahaha Bjs xx

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  4. Infelizmente, tal como disseste, vivemos num país em que supostamente se liga muito aos alunos... Somos os estudantes de hoje em dia, futuramente vamos ser os adultos. O nosso ministério não se preocupa se os alunos gostam dos professores, se eles são bons, se eles sequer vão dar as aulas ou metem atestados em cima de atestados e dão faltas em cima de faltas. Existem bons professores, eu tenho e tive professores cinco estrelas, mas também tive maus, também tive professores que era necessário ter cuidado, professores que lixavam os alunos de quem não gostavam, professores que tinham os favoritos, professores que davam as notas a quem gostavam e os outros não importavam.
    Sei bem que ser professor é exigente, têm muito stress, lidam com muita mal educação, mas também sei que ser bom professor ou não depende da pessoa, depende da sua posição dentro da sala de aula.
    Beijinhos.
    http://mariacrescida.blogspot.pt/

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  5. Sou professora e mãe. Ainda em Julho estava no Algarve (com a minha filha comigo, graças a Deus) e hoje estou a trabalhar a 10 minutos de casa, ainda nem sei bem como... Estive todo o mês de Agosto a "despedir-me" da minha casa, mas minhas coisas, dos meus pais, irmãos, dos meus cães à espera de voar para outra cidade e senti-me a pessoa mais felizarda do mundo por estar a trabalhar desta vez perto de casa, mesmo tendo trabalhado 12 anos para o ensino público. A verdade é que além da minha instabilidade profissional, preocupa-me a minha instabilidade pessoal e é claro que serei muito melhor profissional e muito melhor para os meus alunos e no meu trabalho se souber que a minha filha está bem e que tem também alguma estabilidade neste ano que inicia o seu percurso no nosso ´maravilhoso´ sistema de ensino. Este ano corre bem, mas e o que custa todos os anos despedirmo-nos dos nossos "meninos"? Sim, os nossos alunos, também ficam com um pouco de nós... Afinal passamos muitas horas diariamente com eles, afeiçoamo-nos, criamos laços... E a minha filha terá o direito de se afeiçoar à sua educadora? E se for apenas por um ano? E se eu disser que já estou a pensar como será o próximo ano letivo? E o seguinte? Não é fácil, principalmente quando os professores são também mães e pais... Ah, e esqueci-me de dizer que o pai dela também é professor e quem sabe quando é que vamos ficar sem ele, porque terá ele de rumar a outra cidade do país para poder trabalhar...
    Desculpa, o desabafo... e já agora um excelente ano letivo para a Sabrininhas :) Beijinhos grandes!!!

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  6. Não, simplesmente não querem saber, sempre foi assim e está cada vez pior.

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🦸‍♀️