segunda-feira, 22 de outubro de 2012

É duro ser adolescente

Eu já fui adolescente! Uau, grande descoberta... dizem vocês.
A verdade é que já foi há tantos anos que até me custa recordar esta fase de grande turbulência hormonal. Porém, garanto que me lembro do essencial nomeadamente do despertar para o Amor (que frase linda).
Pelo que me consigo lembrar fui uma adolescente normal, sem grande maluqueiras e com os maus humores característicos. A verdade é que nunca tive "margem de manobra" para "xiliques" e assim. Os meus pais sempre foram os meus pais e amigos nas ocasiões certas. Nunca houve o "tu cá, tu lá", sempre fomos uma família unida mas com regras definidas.

Ora, agora vejo esta fase dos jovens com a distância necessária para entender que é uma fase do caraças. 
Estamos a crescer, achamos que o mundo é um lugar horrível e principalmente que "todos nos devem e ninguém nos paga". 
Vamos lá explicar aos adolescentes o essencial. 
Ser adolescente é do melhor que há e é a melhor fase. 
Vejamos: Não trabalhamos (estou a generalizar), não temos preocupações com orçamentos familiares, IRS´s e Governos que acham que são "Alice no País dos Coelhos". Preocupamo-nos com a borbulha e amores platônicos pelo fulano mais cool da escola. 

Agora vamos expor o seguinte: 
  • Não precisam deprimir (a vida vai vos dar muitos motivos para isso lá para a frente) só porque aquele outro adolescente não vos liga nenhuma. É um parvalhão e provavelmente um frustado!
  • Vocês são lindas, não duvidem! A idade vai comprovar, garanto.
  • Não precisam de aceites pelo grupo "In" do Liceu. 20 anos mais tarde vão-se aperceber que esses raramente chegaram a algum lado. Não me perguntem o porquê mas é uma realidade. 
  • Fumar é parvo e não é cool e então o fazer para ser aceite... é ainda mais parvo! Desculpem-me os fumadores mas quando somos adultos e o decidimos fazer é uma coisa (cada um sabe de si), em adolescente é parvo. 
  • Ultrapassem a fase do mau humor. É chato. Os pais agradecem pois já têm de levar com o mau humor do chefe, dos clientes, do ministro das finanças, do Relvas... agora imaginem ainda chegar a casa e levar com o vosso... 
  • Não exijam mais do que têm direito. Lá porque são filhos não vem com um contrato esta relação. Já chega o contrato com o banco, com a EDP e Águas. 
  • Aproveitem ao máximo os vossos pais. Eles infelizmente não são eternos e são a MELHOR coisa do mundo. Não desperdicem esse tempo.

Claro que estou a generalizar mas olhar para adolescência 20 anos depois e com uma filha, clarifica o processo.

10 comentários:

  1. Eu concordo totalmente contigo.

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  2. Soubéssemos nós disso tudo naquela altura, e a adolescência podia ter sido a melhor fase das nossas vidas! Mas não, a adolescência é uma fase parva, os adolescentes são parvos (eu era, os outros eram, e os que conheço hoje em dia também o são), tudo era dramático, achávamos que tínhamos os maiores problemas do mundo e que os mais velhos não sabiam de nada. Pudesse eu voltar atrás e saber o que sei hoje...

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  3. Adorei o texto e acho que muitos jovens deviam ler isto, principalmente a parte que se refere aos pais. Também cá em casa nunca houve lugar a chiliques nem a tratados sobre a adolescência (numa altura em que as luas de joana e os livros do Daniel Sampaio vendiam que era uma coisa doida); a boa e velha disciplina e responsabilização resolveram qualquer surto de maluqueira que pudesse assomar. Nunca vi a adolescência como uma coisa complicada, não tive esses dramas. A única coisa que noto é que hoje tenho outra capacidade de lidar com as emoções e de relativizar. Quanto a essa obsessão pela popularidade, amigos e impressionar não sei quem, nunca soube o que era. Bj

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  4. É tão verdade :))

    Baci*

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  5. concordo plenamente, só depois de se passar por ela é que se vê como tão "parvos" podemos ter sido.. :)

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  6. Quando tinha 17 anos conheci a pessoa que tenho a certeza que é o amor da minha vida. Os meus pais eram os meus melhores amigos. Contei-lhes que estava apaixonada por uma rapariga. Chamaram-lhe nomes, disseram que tinham nojo de mim, que preferiam que eu estivesse grávida ou doente (!). Ameaçaram não pagar-me os estudos se não terminasse a nossa relação. Não o fiz. Uns anos depois, continuo com ela, o meu pai mal me fala. Ainda não fui para a universidade e não consigo arranjar trabalho para pagar tudo (e sim, sujeito-me a qualquer coisa). A verdade é que os meus pais têm vergonha de mim. E não imaginam como me fazem sofrer todos os dias por colocarem o preconceito à frente da felicidade da própria filha. Mas não posso fazer nada. Infelizmente não tem sido fácil, mas sei que nada disso importa quando vejo um sorriso no rosto dela por continuarmos juntas depois de tudo.
    E a todos os que têm filhos... Peço-vos que pensem bem antes de decidirem dizer coisas destas aos vossos filhos. Estejam ao lado deles com cabeça de pai e coração de melhor amigo.
    Beijinhos, SAV, boa semana.

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    Respostas
    1. Ohhh! Mas isso eu não concordo nada! Amor de pai e mãe não pode depender da orientação sexual. Filho é filho e ponto. Eu pelo menos acho assim. Se os filhos não forem felizes de que vale a vida?
      Um beijinho enorme para ti pela força de aguentar uma situação tão dolorosa. Acredito que um dia eles vão repensar e aperceber-se que o preconceito é a coisa mais parva do mundo.

      Eliminar
  7. Eu, e aproveitando-me do meu estatuto de ainda adolescente, concordo plenamente com tudo. No entanto, é só mesmo depois desta chamada 'fase da parvalheira' que nos podemos ver capazes de tirar este tipo de conclusões. É uma fase de cegueira até à lucidez

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  8. photo source deviantart.com/zebrasaursailor

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🦸‍♀️

10 comentários:

  1. Eu concordo totalmente contigo.

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  2. Soubéssemos nós disso tudo naquela altura, e a adolescência podia ter sido a melhor fase das nossas vidas! Mas não, a adolescência é uma fase parva, os adolescentes são parvos (eu era, os outros eram, e os que conheço hoje em dia também o são), tudo era dramático, achávamos que tínhamos os maiores problemas do mundo e que os mais velhos não sabiam de nada. Pudesse eu voltar atrás e saber o que sei hoje...

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  3. Adorei o texto e acho que muitos jovens deviam ler isto, principalmente a parte que se refere aos pais. Também cá em casa nunca houve lugar a chiliques nem a tratados sobre a adolescência (numa altura em que as luas de joana e os livros do Daniel Sampaio vendiam que era uma coisa doida); a boa e velha disciplina e responsabilização resolveram qualquer surto de maluqueira que pudesse assomar. Nunca vi a adolescência como uma coisa complicada, não tive esses dramas. A única coisa que noto é que hoje tenho outra capacidade de lidar com as emoções e de relativizar. Quanto a essa obsessão pela popularidade, amigos e impressionar não sei quem, nunca soube o que era. Bj

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  4. É tão verdade :))

    Baci*

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  5. concordo plenamente, só depois de se passar por ela é que se vê como tão "parvos" podemos ter sido.. :)

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  6. Quando tinha 17 anos conheci a pessoa que tenho a certeza que é o amor da minha vida. Os meus pais eram os meus melhores amigos. Contei-lhes que estava apaixonada por uma rapariga. Chamaram-lhe nomes, disseram que tinham nojo de mim, que preferiam que eu estivesse grávida ou doente (!). Ameaçaram não pagar-me os estudos se não terminasse a nossa relação. Não o fiz. Uns anos depois, continuo com ela, o meu pai mal me fala. Ainda não fui para a universidade e não consigo arranjar trabalho para pagar tudo (e sim, sujeito-me a qualquer coisa). A verdade é que os meus pais têm vergonha de mim. E não imaginam como me fazem sofrer todos os dias por colocarem o preconceito à frente da felicidade da própria filha. Mas não posso fazer nada. Infelizmente não tem sido fácil, mas sei que nada disso importa quando vejo um sorriso no rosto dela por continuarmos juntas depois de tudo.
    E a todos os que têm filhos... Peço-vos que pensem bem antes de decidirem dizer coisas destas aos vossos filhos. Estejam ao lado deles com cabeça de pai e coração de melhor amigo.
    Beijinhos, SAV, boa semana.

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    1. Ohhh! Mas isso eu não concordo nada! Amor de pai e mãe não pode depender da orientação sexual. Filho é filho e ponto. Eu pelo menos acho assim. Se os filhos não forem felizes de que vale a vida?
      Um beijinho enorme para ti pela força de aguentar uma situação tão dolorosa. Acredito que um dia eles vão repensar e aperceber-se que o preconceito é a coisa mais parva do mundo.

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  7. Eu, e aproveitando-me do meu estatuto de ainda adolescente, concordo plenamente com tudo. No entanto, é só mesmo depois desta chamada 'fase da parvalheira' que nos podemos ver capazes de tirar este tipo de conclusões. É uma fase de cegueira até à lucidez

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  8. photo source deviantart.com/zebrasaursailor

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🦸‍♀️